Prospecção de Oportunidades de Inovação

Para capturar oportunidades de inovação a "antena" deve estar ligada

Dois fatos que ocorreram nos últimos dias me fizeram pensar sobre a primeira fase de um ciclo ou processo de gestão de inovação, que é a prospecção ou captura de oportunidades de inovação. 

O primeiro fato foi um comentário de meu filho de 9 anos, sentado no banco traseiro do carro na volta da escola em um dia chuvoso. Ele disse: "daqui a pouco vão fazer um guarda-chuva que proteja a lateral". Eu complementei dizendo que a parte de baixo teria que ser transparente, pois caso contrário o usuário bateria com a cabeça em um poste ou outro objeto. Pesquisando na web verifiquei que algo parecido já existe, conforme foto abaixo. Mas, com certeza, há várias oportunidades de melhoria em um item "não tecnológico" como o guarda-chuva. Neste exemplo o que quero demonstrar é que mesmo uma singela conversa entre pai e filho pode gerar a centelha para o processo de inovação. 


O segundo fato foi uma reportagem da versão para Android do The New York Times, de 28/10/13. O artigo cita estudos que demonstram que crianças de até 8 anos vem utilizando cada vez mais dispositivos móveis, tablets e smartphones, para brincar a aprender, sendo que grande parte destas crianças tem seu próprio gadget. Mesmo as crianças da faixa de idade até 2 anos têm passado a dedicar diariamente algum tempo brincando com os dispositivos com tela touch. 


Tal fato se de um lado traz preocupações para pais e profissionais da saúde, traz uma miríade de oportunidades. Começa a surgir um mercado de apps para bebês, desde jogos até aplicativos para aprendizagem. Uma reportagem também do Times cita iniciativas da Disney e outros provedores de conteúdo, na qual se demonstra que as crianças estão migrando da TV com seus inúmeros canais de desenho animado para aplicativos das mesmas empresas para tablets e smartphones. Neste caso, as duas notícias indicam oportunidades de inovar para diferentes tipos de empresas:
  • Fornecedores de aplicativos: há uma nova fatia de mercado para ser atingida, que antes era considerada nicho ou até mesmo tratada como um mercado marginal. Além do faturamento, há a possibilidade de fidelização dos pequeninos. 
  • Fabricantes de dispositivos: um tablet nas mão de uma criança pequena fica sujeito à toda sorte de acidentes e condições "anormais", como ter líquidos derramados sobre o equipamentos, ser manuseado por mão lambuzadas de doces, e outras situações críticas. Há portanto que se inovar para tornar estes equipamentos robustos. Por outro lado há oportunidades de tornar estes "tablets for kids" mais atrativos, seja pelo uso de cores, formatos ou uso de motivos de super-heróis, por exemplo.
  • Prestadores de serviço: o uso de dispositivos móveis por crianças abre um leque de oportunidades também para provedores de serviços. Escolas podem repassar atividades extra-classe para os pequenos estudantes. Fonoaudiólogos podem utilizar os dispositivos para auxiliar em tratamentos. 
  • Provedores de conteúdo: A TV paga passa a ter um forte concorrente e precisa inovar no seu negócio tradicional, tornando sua programação mais atrativa, ou entrando neste novo negócio, distribuindo conteúdo interativo on line ou fornecedo aplicativos mediante pagamento ou gratuitamente com uso da senha de usuário da TV por assinatura. 
Independente do ramo de atuação, e mesmo nas empresas que não tem seu negócio baseado em tecnologia, ficar de antenas ligadas é essencial para que não se deixe oportunidades de melhoria passar em branco. Se você considera não ter tempo para "olhar o mundo lá fora" cuidado, talvez quando você se der conta das mudanças elas já estejam batendo a sua porta, para convidá-lo para sair ... do mercado. 

Para refletir: como sua empresa está monitorando as oportunidades de inovar?

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