Chega de Inovação!!!

Na verdade o título deveria ser "Chega de Inovação" (INAÇÃO) ou ...

Pare de "falar em inovação" e se liberte da inação

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Fonte: http://www.mundofrases.com.br/

Calma, pois não sou contrário, na verdade me considero um entusiasta da inovação. Vou me explicar melhor a seguir ...

Se contabilizarmos quantas vezes lemos, ouvimos e falamos em inovação em uma semana média (na qual não participemos de uma palestra ou curso sobre o tema), independente de nosso ramo de atuação, podemos nos surpreender com os resultados. O termo inovação é muito usado, e muitas vezes "abusado", sem que na prática a discussão se converta em resultados.

E por falar em resultados, cabe aqui avaliar como vai o Brasil em termos de inovação. Se pensarmos em termos globais, o Brasil ocupa o 69º lugar no ranking The Global Innovation Index de 128 países. Este ranking se baseia em um indicador sintético composto de diversos indicadores estruturais e de resultados. Perdemos inclusive para nossos vizinhos Uruguai e Colômbia e ganhamos - ufa - da Argentina e Venezuela.

Outra forma de avaliar o potencial inovador de uma nação é pelas estatísticas de patentes concedidas. No ranking da WIPO (Organização Mundial de Propriedade Intelectual, vinculada à ONU), referente ao ano de 2014 o Brasil ficou com o 28º lugar, ruim se considerarmos o tamanho de nossa economia. Fica apenas o destaque para nosso entendimento de que a concessão de uma patente não garante que o produto é realmente uma inovação, pois ao chegar no mercado pode não ter o sucesso esperado.

É fácil falar em inovação, e usar o termo no site corporativo, na definição de missão institucional e nos valores corporativos. Não é tão difícil gerar ideias, mesmo fora do ambiente das startups. O complicado é conduzir de forma sistemática projetos de inovação que sobrevivam por todas as fases - menos divertidas - após a ideação, até que a "proposta de inovação" comprove através do teste de mercado seu real impacto e possa, por fim, ser chamada de inovação. É particularmente difícil fazer com que as pessoas já bastante atribuladas, encontrem tempo e energia para se dedicar à uma iniciativa com potencial de inovação, cercada de incerteza e com elevado risco de insucesso.

E mesmo diante da tentação de vários atalhos, entre eles dizer que todos tem que "pensar fora da caixa", que é preciso "desapegar" e tantos outros conceitos desprovidos de substância, para que a ocorrência da inovação não seja algo raro, é preciso criar estruturas, processos e adotar tecnologias adequadas, ou seja, fazer a "gestão da inovação".

A boa notícia é que enquanto existe certo modismo em torno da inovação, também há várias iniciativas sérias, de organizações dos mais diversos setores, para promover a inovação o empreendedorismo. Resta saber se no jogo de cabo de guerra, entre as ações em prol da inovação e as barreiras ao desenvolvimento a corda ira para o lado da inovação.

E na sua organização? O resultado das práticas de gestão da inovação é equivalente a quanto se fala sobre o assunto?

Em um próximo post serão comentados os principais obstáculos que se opõem à inovação sistêmica, e algumas dicas para contorná-los.

Um abraço,

Paulo Manoel Dias
engpaulodias@yahoo.com.br



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