A inovação sob a ótica dos ditos populares

Diz o dito popular ...

Vamos começar 2017 de forma diferente, analisando a inovação com auxílio de ditos populares amplamente conhecidos. No final, se você tiver algum outro dito ou frase que possa nos ajudar a esclarecer os conceitos associados com a gestão da inovação deixe sua sugestão. 

Em terra de cego que tem olho é rei
Este ditado tem tudo a ver com liderança pela inovação. Empresas que primeiro apresentam as inovações tem vantagem temporária sobre as demais, que terão que se mexer para segui-las. Talvez a tecnologia que você incorporou em um produto com potencial inovador ainda não esteja 100% madura, mas lançar agora, quando ninguém possui nada semelhante pode fazer grande diferença. 

Não adianta chorar o leite derramado
Um competidor lançou algo inovador que fez grande sucesso no mercado e ameaçou sua posição competitiva? Você poderia ter se antecipado e lançado algo de similar impacto antes? Realmente não adianta chorar. É preciso reagir, com muita criatividade e inovação. Adicionalmente seu processo de gestão da inovação pode incorporar mecanismos, com foco no monitoramento de sinais externos, para evitar que tais surpresas ocorram com frequência. 

O pior cego é aquele que não quer ver
Sucesso comercial, e uma sólida posição no mercado podem causar cegueira gerencial. A empresa não enxerga que há ameaças na forma de inovações disruptivas, como aconteceu com a Kodak acreditou que as câmeras digitais não eram uma séria ameaça. 

Apressado come cru
Por outro lado o atrasado come frio, e o muito atrasado come comida estragada. O desafio é balancear a necessidade de ciclos de desenvolvimento de produtos cada vez mais curtos com qualidade no desenvolvimento de projetos. A SAMSUNG teve perdas bilionárias em 2016 com o problema nas baterias do Galaxy Note 7 em parte por ter resumido os testes necessários para adiantar o lançamento. Por outro lado algumas empresas esperam demais para lançar as possíveis inovações que quando chegam ao mercado já não são atrativas. 

De boas intenções o inferno está cheio
Quando se trata do tema inovação, muitas pessoas se interessam pela fase de ideação. Ou seja, participar de sessões de geração de ideias ou enviar ideias através de sistemas pode ser até divertido. O problema é quando a ideia tem que ser desenvolvida como conceito - algo que possa ser testado junto ao cliente - e quando mais a frente se transforma em um projeto com prazos, custo, métricas de qualidade e demais aspectos do gerenciamento de projetos. Aí a coisa complica e aquele interesse inicial em criar algo novo vai arrefecendo. É preciso não só de pessoas que gerem ideias - as tais boas intenções - mas também de empreendedores que as transformem em inovações. 

Os últimos serão os primeiros
Você tem algo novo e impactante pronto para lançar no mercado, mas diante da incerteza resolve esperar mais um pouco. Quando se trata de inovação muitas vezes os últimos estarão atrasados, e nada mais poderão fazer do que procurar seguir os que primeiro introduziram as inovações, e como consequência operando com margens menores. Mas a liderança pela inovação, ou seja, buscar sempre ser o primeiro a lançar um produto com potencial inovador, não é uma estratégia universal. Há quem tenha sucesso seguindo os inovadores, de perto ou mesmo mais de longe. 

Mais vale um pássaro na mão do que dois voando
Sua empresa tem a opção entre focar todos os recursos em projetos de melhoria ou no máximo inovação incremental no produto de maior participação na receita (pássaro na mão) ou dividir entre projetos de inovação radical ou mesmo em inovação no modelo de negócios (dois voando), e, seguindo o ditado acima decide não trocar "o certo pelo duvidoso". Tal decisão pode significar a perda de grandes oportunidades. 

Um abraço e excelente 2017!

Paulo Manoel Dias
engpaulodias@yahoo.com.br

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