Invenção x Inovação

Se você sabe a diferença ... ótimo! Se não vamos reforçar o entendimento ...

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Cheguei em uma idade (over 40) na qual muitas vezes me pego falando de coisas que o público jovem desconhece. O professor Pardal, da imagem acima, para muitos dos mais jovens é desconhecido. Esse personagem das histórias - ops sou do tempo no qual se diferenciava história de estória - em quadrinhos estava sempre em seu laboratório, com seu fiel escudeiro Lampadinha (que aparece na parte de baixo da imagem segurando uma chave de fenda) criando todo o tipo de engenhocas. Ao final da história, muitas das "invenções" acabavam não dando o resultado esperado. Lembro de uma história na qual o Prof. Pardal criou uma máquina para aproveitar a energia que as pessoas gastavam praticando esportes. A máquina foi ligada em um jogo de futebol, absorvendo uma grande quantidade de energia, e depois várias outras foram espalhadas pela cidade. O problema é que os cidadãos começaram a se sentir cansados, desanimados, pois a máquina também sugava a energia delas, e com isso o projeto foi abandonado. 

O exemplo acima serve para diferenciar "invenção" de "inovação". A tal máquina de aproveitamento e energia das pessoas tinha efeitos colaterais que inviabilizavam o uso. Assim, ao se tentar resolver um problema se criou outro. 

Uma inovação, que até pode partir de uma invenção, por outro lado, gera valor, resolve as "dores" de uma parcela da sociedade, gera impacto positivo não apenas no lançamento, mas ao longo do tempo. Uma patente de invenção não garante que o item protegido será uma inovação. Há várias patentes que nunca saíram do papel. Outra que até se materializaram em produtos, mas sem sucesso. No site TotalyAbsurd você pode conferir algumas patentes "reais" que até tem um propósito interessante: nos fazer dar umas gargalhadas. São invenções que nunca chegaram a ser inovações. 

Uma outra características do Prof. Pardal que nos ajuda na discussão da questão da Gestão da Inovação. Ele trabalhava sozinho, com seu auxiliar robô Lampadinha. Passava horas, virava noites, trabalhava duro mas ... em nenhum momento nas historinhas vemos o inventor obtendo feedback de clientes ou potenciais usuários sobre o desenvolvimento de sues projetos (engenhocas). Ele focava na tecnologia, não no cliente. Não se faz inovação sozinho, e  para errar cedo (a tal fast failure) e evitar desperdício de recursos é preciso prototipar, de preferência logo no início do desenvolvimento do produto (bem ou serviço), e obter feedback para cada protótipo, para voltar à prancheta e ir refinando o conceito. 

Destaque:
Uma inovação é muito mais do que uma invenção, pois além de ser algo novo, ou significativamente melhorado, uma inovação deve comprovar que atende aos objetivos propostos, pelo teste do mercado (desempenho em vendas) ou da sociedade (geração de impacto social positivo, se for sem fins lucrativos). 

Para refletir:
  • A diferença entre invenção e inovação é claramente entendida por todos na organização onde você atua?
  • Será que os exemplos de invenções de empresas conceituadas que foram fracassos pode nos ajudar a não repetir erros semelhantes?
Um abraço,

Paulo Manoel Dias
engpaulodias@yahoo.com.br

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